terça-feira, 25 de outubro de 2011

            A arte de ensinar

          Dia desses um garoto de oito anos contava para a mãe suas experiências na sala de aula. Comentava sobre cada professor, sua maneira de ser e de transmitir ensinamentos.
          Dizia que gostava muito das aulas de uma determinada professora, embora não gostasse muito da matéria.
          Comentava, ainda, que detestava ter que assistir às aulas de sua matéria preferida porque não gostava da professora.
          Dizia, com a franqueza que a inocência infantil permite: A professora de História está sempre de mau humor. Ela grita com a gente por qualquer motivo e nunca sorri.
          Quando passa uma lição e algum aluno não faz exatamente como ela mandou, faz um escândalo. Todos os alunos têm medo dela.
          Já a professora de Português está sempre sorrindo. Brinca com a turma e só chama atenção quando alguém está atrapalhando a aula. Eu até fiz uma brincadeira com ela um dia desses, e ela riu muito.
          E, antes de sair para suas costumeiras aventuras com os colegas, o garoto acrescentou: Agora eu sei que, por mais complicada seja a matéria, o que faz diferença mesmo, é o professor.
          De uma conversa entre mãe e filho, aparentemente sem muita importância, podemos retirar sérias advertências.
          E uma delas é a responsabilidade que pesa sobre os ombros daqueles que se candidatam a ensinar.
          Muitos se esquecem de que estão exercendo grande influência sobre as mentes infantis que lhes são confiadas por pais desejosos de formar cidadãos nobres.
          Talvez pensando mais no salário do que na nobreza da profissão, alguns tratam os pequenos como se fossem culpados por terem que passar longas horas numa sala de aula.
          Quem aceita a abençoada missão de ensinar, deve especializar-se nessa arte de formar os caracteres dos seus educandos, muito mais do que adestrar-se em passar informações pura e simplesmente.
          É necessário que tenhamos consciência de que cada aluno que passa por uma sala de aula, levará consigo, para sempre, as marcas indeléveis de suas lições. Sejam elas nobres ou não.
          É imprescindível que sejamos realmente mestres, no verdadeiro sentido do termo.
          Que ensinemos com sabedoria, entusiasmo e alegria.
          Que exemplifiquemos a confiança, a paz, a amizade, o companheirismo e o respeito.
           Por fim, todo professor deverá ter sempre em mente que a sua profissão é uma das mais nobres, porque é a grande responsável por iluminar consciências e formar cidadãos de bem.

         Por Rafael Vaz l Publicado em Educação e Comportamento l 21 de Outubro de 2011

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